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Foto: Janaína Wille (Diário)
Duas crianças já morreram e uma mulher está internada no Centro de Tratamento e Terapia Intensiva (CTI) com sintomas de infecção intestinal nos últimos dias em Santa Maria. Na manhã desta quarta-feira, o secretário municipal de Saúde, Francisco Harrisson, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa e esclareceu detalhes sobre o surto da doença. Confira a entrevista completa:
Segundo o secretário, o primeiro caso da doença surgiu no dia 10 de dezembro. No último domingo, por volta de 11h, um menino de 5 anos morreu no Hospital de Caridade, depois de apresentar sintomas como diarreia, vômito e dor abdominal. Na segunda-feira, a família de uma menina de 4 anos que estava passeando em Montenegro procurou atendimento médico na cidade, já que ela estava com diarreia, dor abdominal e hemorragia. A menina, que é de Santa Maria, foi transferida em estado grave para Porto Alegre, onde veio a óbito. O nome das crianças não foi informado.
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Ambas, segundo a prefeitura, estudam na Escola de Educação Infantil do Sesi, no Bairro Patronato. Além delas, uma mulher está internada no CTI do Hospital de Caridade. Ela é mãe de um aluno que estuda na mesma escola, porém, teria dito aos agentes de saúde que não ia até o colégio há cerca de 30 dias. O filho dela também apresentou infecção intestinal, mas foi tratado ambulatorialmente, não precisando de internação médica.
- Neste momento, precisamos procurar fatores comuns entre as pessoas que apresentaram os sintomas para que possamos tratar. O que há em comum é que estudam no mesmo colégio, o que não significa que o colégio seja a fonte da infecção ou que o colégio tenha fornecido algo estragado para as crianças. Pode ser que uma criança tenha ido para a escola e transmitiu a doença para outra criança. A escola tem todas as licenças de funcionamento em dia - destaca Harrisson.
As vigilâncias sanitárias municipal e estadual irão à escola nesta quinta-feira para fazer coletas. O local está fechado devido ao recesso escolar.
Por meio de nota, o Sesi informou que "permanecerá monitorando os desdobramentos quanto aos fatos, atuando de forma ativa na identificação de suas causas e adotando as providências necessárias. Estamos buscando, juntamente com os órgãos competentes, as informações efetivas quanto ao ocorrido, assim como as orientações cabíveis. No entanto, conforme recomendado no comunicado da prefeitura é importante reforçar junto aos pais e responsáveis que caso a criança apresente sintomas como diarreia e dores abdominais que procure imediatamente uma unidade de atendimento em saúde."
CAUSAS
O secretário informa, ainda, que situações de infecção intestinal são comuns nesta época do ano, mas o que preocupa é a gravidade dos casos que surgiram até agora.
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- A palavra surto é usada quando se tem casos graves de uma doença, mesmo que ela costume ser comum. É algo que mudou o comportamento da doença, são três casos muito graves. Ainda estamos investigando para saber qual a origem do surto, se é uma infecção viral ou se foi causada por um intoxicação alimentar ou na água. Nessa época do ano, esses casos aparecem mais por causa do calor. A maionese, o leite, a salsicha, por exemplo, costumam azedar mais rapidamente e proliferar bactérias - afirma.
De acordo com Harrisson, não há indícios, até agora, de que a causa do surto seja a água. O secretário explica que os casos não tem a ver com meningite, como diziam mensagens espalhadas por redes sociais.
CUIDADOS
A orientação é que os pais procurem atendimento médico assim que surgirem os primeiros sintomas (vômito, diarreia e dor abdominal). Um gabinete de crise foi criado, e tanto a rede pública como privada de saúde já estão orientados a não menosprezar esses sintomas. Desde terça, pelo menos três novos casos foram atendidos na rede privada e várias crianças foram levadas ao setor público de saúde.
Entre as recomendações, a secretaria de Saúde pede que crianças que apresentarem os sintomas evitem contato com outras crianças. Além disso, os pais devem cuidar ao manipularem as fezes da crianças e sempre desinfestar o banheiro.
*Colaborou Janaína Wille